A ESCRAVIDÃO IDEOLÓGICA E SEUS MEIOS DE OPRESSÃO

Por: José Valdemir Alves

Em outubro de 2018, postei um texto no qual usava a obra do sociólogo pernambucano Gilberto Freyre, “Casa-Grande & Senzala”, publicada em 1933, como base de comparação para a realidade sócio-política por que passávamos à época. Nada mudou. Aliás, com a pandemia do flagelo chinês, essa realidade ganhou ares mais dramáticos, o que me levou a querer retomar a analogia, apresentando novos elementos a ela. É hora de romper os grilhões que prendem muitos a esta senzala ideológica.

 

Resumidamente, o livro de Freyre, publicado há quase noventa anos, apresenta as explicações sociológicas para a formação e miscigenação do povo brasileiro, tendo como ambiente-símbolo representante da elite branca a casa-grande (morada dos senhores de engenho) e ambiente-símbolo para representar os escravos a senzala (local de dormida dos escravizados).

 

Pois bem, tomando como referência os elementos principais de “Casa-Grande & Senzala”, a senzala representa a prisão das consciências das pessoas. No caso em tela, a senzala ideológica é o marxismo cultural (conjunto de ideias propagadas pelo filósofo italiano Antonio Gramsci, que pregava a mudança da sociedade pelo meio cultural e não necessariamente pela luta armada). Para tal finalidade, os meios de captura das consciências são os mais variados: doutrinação escolar e universitária, ocupação do meio midiático como canais de televisão, rádio, jornais, revistas, cinema e internet. Com tanta capilaridade, a eficácia da submissão ideológica é garantida.

 

Agora, abordemos a casa-grande ideológica. Quem ela representa? A elite econômica (bilionários) e grandes líderes políticos influentes a nível global, que se servem das mentes aprisionadas na senzala. Esses super-ricos – os “metacapitalistas” – não veem problema algum em promover ideologias aparentemente contrárias ao capitalismo, pois chegaram a um patamar de dominação financeira tão grande, que eles controlam qualquer um que esteja no poder, incluindo suas ideologias. Os grandes políticos, financiados pelos metacapitalistas, fazem seu papel na política, dominando as mentalidades de seus eleitores.

 

Na dinâmica sócio-econômica do tempo da escravidão, havia os fornecedores de escravos, aqueles que lucravam com o comércio de pessoas escravizadas trazidas da África. Em nossa comparação, estes correspondem aos intelectuais (professores, principalmente universitários, pesquisadores, escritores e filósofos). Eles são responsáveis por aumentar o número de pessoas na senzala ideológica por meio de seu trabalho intelectual, subjugando-as ao marxismo cultural.

 

E o que seria de uma grande propriedade escravagista sem os feitores, não é? Os feitores eram os “fiscais” do trabalho dos escravos. Nesta analogia, os feitores são os jornalistas e expoentes da grande mídia (apresentadores e artistas), que, com seu trabalho, mantêm os escravos sob controle com a propagação de suas narrativas, majoritariamente descoladas dos fatos. O que importa é a finalidade das narrativas: manter o “status quo” dos escravizados.

 

E se algum escravizado ousar fugir da senzala ideológica? Para capturar os escravos que fugiam, os fazendeiros contratavam os capitães-do-mato para trazê-los de volta. Esse trabalho é feito pelas agências de checagem de fatos – as agências de “fact-checking” –, que garantem caçar, identificar e carimbar como “fake news” todas as notícias e informações que não se coadunarem com a narrativa da senzala ideológica. Aliás, algumas dessas agências são ligadas a grupos jornalísticos, mas todas elas têm o claro viés esquerdista.

 

Escravidão sem grilhões não dá. As cadeias que aprisionam as mentes hoje em dia atendem por vários nomes. Um deles é o politicamente correto, que consiste em ditar que expressões e atitudes podem ou não ser ditas ou praticadas para evitar uma suposta agressão a grupos étnicos, religiosos, econômicos etc. Mas há também as expressões curingas que são usadas todas as vezes que alguém ouse questionar alguma narrativa da senzala ideológica, como, por exemplo: fascista, nazista, racista, terraplanista, genocida, negacionista, antivacina, anticiência, entre outras. Discorramos sobre o significado dessas citadas.

 

Fascista é o termo preferido usado por um esquerdista contra alguém da Direita. O termo se refere ao fascismo, uma ideologia propagada na Europa na primeira metade do século XX. Os maiores exemplos de regimes fascistas são o fascismo italiano e o nazifascismo alemão – o qual abordarei mais à frente. Resumidamente, o fascismo é uma forma de nacionalismo exacerbado (somente pessoas de uma determinada nação são superiores às de outra nação). Apesar de colocar essa ideologia na conta da Direita, o fascismo tem uma origem comum com o comunismo: o socialismo, que é anterior à corrente mais conhecida difundida pelo filósofo alemão Karl Marx, no século XIX. Controle estatal da economia e das liberdades individuais, além da cooptação de movimentos sindicais são marcas fascistas que se assemelham muito mais ao seu irmão gêmeo, o comunismo.

 

Já o nazismo foi uma versão alemã do fascismo. Bandeira do ditador Adolph Hitler, o nazismo consistia em uma ideologia com as características descritas no parágrafo anterior, tendo como distinção principal a ideia de uma “raça ariana” (superior), que seria a etnia branca dos povos alemães, obviamente. Quem não se encaixava nesse padrão foi duramente perseguido e eliminado, como ocorreu aos milhões de judeus, negros, ciganos, homossexuais, deficientes físicos e outros grupos sociais indesejados.

 

Tanto o fascismo como o nazismo são ideologias coletivistas, a primeira em torno da nacionalidade e a segunda baseada na “raça” (etnia). Coletivismo é uma característica essencial esquerdista, não direitista, que é marcada pelo individualismo. O fascismo e o nazismos são variantes de um vírus mortal chamado Socialismo. Fascista e nazista são os insultos preferidos pelos opositores para se referirem ao mandatário da nação, que tem um governo majoritariamente liberal, além de inconteste proximidade com o povo judeu, defendendo sua causa quanto à Terra Santa ante os palestinos.

 

Racista é outro termo usado como maneira de calar as pessoas que se colocam contra os discursos da senzala ideológica. O racismo é o preconceito baseado no discurso da superioridade de uma etnia (erroneamente chamada de “raça”) sobre outra.

 

Sobre o terraplanismo. Com a popularização da internet e a multiplicação de canais em plataformas de vídeos, viu-se a difusão das mais diversas teorias, dentre as quais, uma que fora vencida ainda durante o Humanismo do século XVI: a teoria de que a Terra é plana, conforme preceituavam vários povos antigos. Experiências e observações feitas naquela época apontaram para uma esfericidade da Terra. Há diversos canais – e até cientistas – que defendem a teoria da Terra plana, sendo chamados de “terraplanistas”.

 

O filósofo Olavo de Carvalho fez um comentário considerando a possibilidade de tal hipótese, mas não defendendo essa ideia, o que já foi suficiente para os esquerdistas chamarem os direitistas de terraplanistas, tentando desmoralizá-los nos debates, e uma vez que ele é considerado o “guru de Bolsonaro”, tanto o presidente como seus apoiadores são pejorativamente chamados de terraplanistas.

 

Outra expressão bastante usada pelos escravocratas ideológicos é genocida. O genocídio, considerado um crime contra a Humanidade, foi assim tipificado após o fim da Segunda Guerra Mundial, para punir os crimes hediondos cometidos no conflito. Trata-se do extermínio deliberado de um grupo específico de pessoas por motivações étnicas, religiosas ou qualquer que seja o motivo para tal aniquilação. Foi o que Hitler fez com os judeus, por exemplo, exterminando mais de seis milhões de pessoas por sua origem judaica, no chamado Holocausto.

 

Trata-se do termo escolhido para atacar o presidente da República, atribuindo a ele os milhares de mortes pela peste chinesa. Quando fazemos um retrospecto das ações adotadas por seu governo desde o início da pandemia ainda em março do ano passado, percebe-se que o termo genocida não lhe é cabido, já que ele não ocasionou a morte de todas essas pessoas. Não esqueçamos de que a condução direta da pandemia com medidas que envolvem a locomoção das pessoas coube a governadores e prefeitos, segundo decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), provocado sobre o tema, em abril de 2020.

 

Outro termo atribuído ao presidente e ao seu governo é negacionista. Trata-se de uma palavra que não existia na língua portuguesa, mas que foi criada durante a pandemia para designar toda pessoa que se negava a aceitar várias informações veiculadas pela grande mídia. Logo, quem ousasse não aceitar como definitivas essas informações e se dispusesse a contrapô-las com outras fontes, acabou sendo tachado de negacionista. Com relação ao presidente, isso se deu porque o mesmo defendia que não houvesse um fechamento total da economia, sob o risco de um colapso econômico e social Brasil afora. Essa premissa foi adotada por outros líderes em outros países, dirimindo os prejuízos à economia local.

 

Outra expressão que veio à baila com o advento da pandemia foi o de antivacina. Na verdade, o movimento contrário à aplicação de vacinas já existia antes de todo o caos sanitário. Mas quem quer que se atreva a questionar a composição e possíveis efeitos colaterais das vacinas desenvolvidas durante o ano passado, acaba por ser acusado de ser antivacina, mesmo que você aponte o caso do Chile: com quase metade da população vacinada, os casos de infecção pelo vírus chinês não cessam [1]. E o que dizer de Israel que, com mais de 60% vacinados, apresentou casos de miocardite em jovens, após a vacinação? [2]. Claro, não é preciso dizer que você questionar essas vacinas não é necessariamente ser contrário à vacinação.

 

Na linha do “negacionismo”, temos um termo que tem o claro objetivo de calar quem faça qualquer crítica a medidas sanitárias acolhidas no imaginário de certas ideologias, bem como quem apresente dados que contrariem aquilo propagado como verdade científica na grande mídia: anticiência. Como se a ciência fosse algo puro em si e não feito por pessoas, que, em si mesmas, têm suas predileções e motivações. Basta lembrar os cientistas que colaboraram hediondamente com o regime nazista, praticando pesquisas em nome da promoção de uma ideologia nefasta. Hoje não é diferente, há cientistas e cientistas, pesquisadores e pesquisadores. Há muito mercenários que promovem qualquer pesquisa para provar o ponto de vista de quem pagar mais.

 

Nos últimos dias, vieram à tona e-mails do infectologista norte-americano Anthony Fauci – diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID) dos EUA e consultor da Casa Branca para a pandemia, que corroboram as teorias até então tidas como conspiratórias de que o vírus fora desenvolvido em laboratório com finalidades espúrias [3]. E ai de você se tentar pesquisar sobre isso na grande mídia nacional: os capitães-do-mato, digo, as agências de checagem de fatos tratarão de te enquadrar no seu lugar de escravo ideológico sem direito algum a questionar tal assunto. Quer tentar? Dá um Google…

 

Apresentados os elementos de todo esse cenário de escravidão ideológica, não podemos esquecer dos mercados onde os escravizados eram comercializados. Esse mercado seria representado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, instalada no Senado com o suposto objetivo de apurar ações e omissões do governo federal, mas que, como já sabemos – e já discorri sobre o tema em outra ocasião –, tem o claro objetivo de desgastar o Executivo federal, uma vez que o relator da comissão já tem um parecer pronto, e isso está patente desde antes do início dos trabalhos.

 

Os especialistas levados para lá têm tratamento diferenciado, a depender de sua relação ou oposição ao presidente e seu governo. Notamos isso quando especialistas que corroboram as ideias e medidas adotadas pelo governo com relação à pandemia são insistentemente tolhidas em suas falas, sofrendo até hostilidades por parte de membros da CPI – vide casos da secretária do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, e a infectologista renomada, Nise Yamaguchi. Esta última, além de pesquisadora com amplo currículo na área de infectologia, atende a pacientes infectados pelo flagelo chinês, obtendo êxito no tratamento imediato de seus pacientes. Foi asqueroso ver o presidente da CPI – investigado por desvios na saúde em seu estado – fazer um apelo para a audiência daquele espetáculo circense para não acreditarem nas palavras de uma médica!

 

Isso não aconteceu, por exemplo, com a infectologista Luana Pinheiro e com a microbiologista Natalia Pasternak, que não têm vivência alguma com pacientes infectados, tampouco relevância no meio científico, mas que foram tratadas de modo cordial porque ratificavam a crítica ao chamado tratamento precoce, que demonstrou salvar milhares (quiçá milhões) de vidas pelo Brasil. Elas criticam as medicações adotadas no tratamento imediato, embora vários estados brasileiros e diversos países adotem a hidroxicloroquina, por exemplo, em seus protocolos médicos. Mas o que importa é fortalecer narrativas por meio das falas picotadas e publicadas pela grande mídia e demais opositores do governo. Pensar nas vidas salvas para quê?

 

Se você lembra bem do que estudou em História do Brasil na escola, sabe que houve resistência à escravidão. Uma das formas de resistência dos escravizados foi a formação de quilombos: comunidades compostas por escravos fugidos e outros grupos sociais marginalizados. Na nossa comparação, os quilombos seriam os canais e jornalistas independentes, que diuturnamente lutam para promover a verdade dos fatos, contrariando os interesses da casa-grande e da senzala ideológicas. É uma luta ininterrupta para difundir os fatos, mesmo sendo perseguidos o tempo todo pelos mercadores de escravos, pelos feitores e pelos capitães-do-mato, que contam com a ajuda fundamental das big techs – assim chamadas as grandes plataformas da internet (YouTube, Facebook, Twitter etc.), que censuram qualquer notícia que se contraponha à narrativa difundida pela Esquerda.

 

A Lei Áurea que pode libertar os escravizados é a verdade dos fatos. Somente buscando incansável e insistentemente a verdade é que você poderá se libertar e deixar de ser manipulado por quem quer queira aprisionar a sua mente. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8:32).

 

Links consultados:

[1] Apesar da boa vacinação no Chile, casos aumentam e Santiago entra em lockdown https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/2021/06/13/apesar-da-boa-vacinacao-no-chile-casos-aumentam-e-santiago-entra-em-lockdown]

[2] Israel suspeita de ligação entre vacina da Pfizer e casos de miocardite [https://veja.abril.com.br/saude/israel-suspeita-de-ligacao-entre-vacina-da-pfizer-e-casos-de-miocardite/]

[3] Pandemia nos EUA: O que revelam os e-mails de Anthony Fauci

[https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/o-que-os-e-mails-de-anthony-fauci-revelam-pandemia-eua/]

José Valdemir Alves

José Valdemir Alves

TREZE ALERTAS

(Por: José Valdemir Alves) O presente texto é para você, eleitor(a) que não gosta de Lula e de Bolsonaro, que