Acusado de matar Patrícia Roberta em JP vai a júri popular, decide juíza

A juíza Francilucy Rejane de Sousa Mota, do 2ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, proferiu uma sentença de pronúncia na tarde desta quinta-feira (27) no caso do assassinato da jovem Patrícia Roberta, encontrada morta no dia 27 de abril do ano passado em João Pessoa. Na decisão, que oPortal MaisPB teve acesso, a magistrada afirmou haver indícios suficientes da morte, devendo-se o réu, Jonathan Henrique dos Santos, ser submetido a julgamento ao tribunal do júri, popularmente conhecido como júri popular. O colegiado será o responsável pela análise do mérito e admissibilidade da acusação.

Em contato com a reportagem, o assistente de acusação, advogado Robério Capistrano, informou que essa já era uma decisão esperada pela família da vítima, que mora em Caruaru, no interior de Pernambuco. A partir de agora, a defesa de Jonathan tem um prazo de até cinco dias para que possa apresentar recurso. A expectativa é que o caso seja julgado no tribunal do júri até o mês de março. Na sentença de hoje, a juíza manteve a prisão preventiva do acusado “no desígnio de garantir a ordem”.

A morte de Patrícia Roberta

O corpo da jovem pernambucana Patrícia Roberta, de 22 anos, foi encontrado por volta das 14h do dia 27 de abril de 2021 em uma região de matagal em João Pessoa. A vítima, que morava em Caruaru, tinha viajado até à capital paraibana a convite de Jonathan Henrique dos Santos, com quem já tinha tido relações amorosas e estudado antes.

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) denunciou o jovem como autor do homicídio qualificado praticado contra Patrícia. Ele é acusado de matar a pernambucana “por esganadura ou estrangulamento, com emprego meios que incapacitou a defesa da vítima sendo a mesma encontrada com os pés amarrados por corda e envolta em saco plástico, sem sinais de defesa”.

A promotoria apontou, ainda, que após o assassinato, Jonathan tentou se desfazer do corpo e dos pertences de Patrícia para tentar livrar-se da culpa.

Jonathan, por meio de advogado constituído, em suas alegações finais afirmou, em resumo, que não existem elementos suficientes da autoria do crime de homicídio atribuída ao réu, mas apenas do crime de ocultação de cadáver pugnando pela impronúncia do réu.

A decisão 

Na decisão tomada nesta quinta (27), a juíza Francilucy Rejane de Sousa Mota afirmou que a materialidade da morte “encontra-se provada pelo laudo de exame cadavérico (tanatoscópico) realizado na vítima, que demonstram que a mesma faleceu em decorrência de asfixia causada por esganadura/estrangulamento provocado por meio fisicoquimico”.

“É se ressaltar ainda, em relação ao modus operandi, que o réu aproveitando-se do afeto da vítima, convidou-a para seu apartamento, tendo mantido a mesma trancada no local onde consumou o delito de forma perversa e com requintes de crueldade, desfazendo-se do corpo e tentando de forma ardilosa, prestar informações que dificultasse a localização da vítima, mesmo sabendo que a família desesperadamente buscava por notícias o que demonstra a periculosidade do réu, vindo a descartar o corpo da vítima sem qualquer dignidade, num matagal para que fosse destruída pela ação do tempo ou devorada por animais, sendo encontrada em elevado estado de decomposição, o que levou a grande repercussão na mídia levando ao clamor e revolta da população, abalando a ordem pública”, diz a magistrada.

Relembre o caso 

Patrícia Roberta desapareceu após viajar para João Pessoa no dia  23 de abril. Ela comunicou à família que se encontraria com um rapaz, no bairro de Gramame. O pai dela, Paulo Roberto, viajou até à capital paraibana para procurá-la.

Ele disse que o suspeito já queria namorar com a filha há um tempo, mas não obteve autorização. O casal então voltou a se comunicar, quando Jonathan convidou Patrícia a visitar João Pessoa.

“Ela veio e no domingo falou chorando com a mãe e depois não falou mais. Viemos para João Pessoa, descobri o endereço dele e prestamos um BO na delegacia”, narrou Paulo Roberto.

Antes de viajar, Patrícia arrumou os cabelos e fez as unhas para ir ao encontro do suspeito. A passagem de Caruaru para João Pessoa foi comprada com autorização da mãe, em seu cartão. Ainda na sexta-feira (23), a jovem ficou à espera de Jonathan no Terminal Rodoviário, ele não apareceu, mas disponibilizou uma veículo de transporte por aplicativo para levá-la até seu apartamento, no bairro de Gramame.

No sábado (24), o rapaz saiu do apartamento e deixou a jovem trancada. Ela comunicou o fato à família alegando tristeza, já que veio para capital paraibana com a promessa de conhecer a cidade e o “mar”.

A garota se comunicou com a mãe até o domingo (25). Diante do seu silêncio, a família registrou um boletim de ocorrência, quando foram iniciadas diligências pelas Polícias Civil, Militar e Corpo de Bombeiros.

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