Biden visita grevistas e se torna primeiro presidente dos EUA a participar de piquete

Joe Biden visita grevistas de sindicato automobilista

Biden em piquete de grevistas do setor automotivo, em 26 de setembro de 2023 — Foto: Evelyn Hockstein/ReutersJoe Biden durante piquete de grevistas em 26 de setembro de 2023 — Foto: Evelyn Hockstein/Reuters

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Joe Biden em visita a grevistas do setor automotivo, em 26 de setembro de 2023 — Foto: Jim Watson/AFP

É a primeira vez que um presidente dos EUA visita grevistas

O presidente Joe Biden visitou, nesta terça-feira (26), operários grevistas da indústria automotiva em na cidade de Bellville, no estado de Michigan, nos Estados Unidos, o berço dessa indústria.

Ele se tornou o primeiro presidente em exercício nos EUA a visitar grevistas e a participar de um piquete. Os trabalhadores automotivos fazem uma greve histórica da qual participam funcionários de três grandes empresas do setor: General Motors, Ford e Stellantis.

“É um apoio muito importante, porque acredita naquilo pelo que lutamos. Isso me enche de orgulho”, disse um dos trabalhadores, Patrick Small.

 

Para ele, o sindicato UAW do setor deve apoiar o presidente nas eleições do ano que vem.

Na semana passada, Biden e o presidente Lula (PT) defenderam a criação de regras para trabalhadores de aplicativos. Os dois se encontraram nos EUA. Veja o vídeo abaixo.

Lula e Biden lançam programa conjunto de proteção aos direitos trabalhistas
Lula e Biden lançam programa conjunto de proteção aos direitos trabalhistas

Trump também deve visitar grevistas

Ao visitar o local na terça-feira, Biden abriu vantagem em relação ao ex-presidente Donald Trump, que deve ir ao mesmo estado na quarta-feira para fazer campanha entre os trabalhadores. Ambos já fazem atos de campanha para as eleições presidencial dos EUA, no ano que vem.

Trump anunciou sua viagem antes da de Biden, e agora afirma que o presidente está copiando. Seu porta-voz, Jason Miller, afirmou que a visita de Biden é “uma sessão de fotos”.

A Casa Branca nega que a ideia de Trump tenha influenciado a decisão do presidente.

‘Pró-sindicatos’

Para Biden, o desafio é provar que ele é o defensor dos trabalhadores, dos sindicatos e o arquiteto do ressurgimento da indústria americana.

“Sua viagem mostrará que ele é o presidente mais ‘pró-sindicatos’ da história” dos EUA, disse sua porta-voz, Karine Jean-Pierre, na segunda-feira.

A viagem tem seus riscos para o presidente de 80, que a cada viagem recebe questionamentos sobre sua condição física.

Cálculo político

O conflito entre trabalhadores e empregadores nesta indústria-chave pode atingir a economia dos EUA.

Biden afirmou que as montadoras deveriam beneficiar seus empregados ao registrarem “lucros recordes”.

“Não estamos envolvidos nas negociações” entre sindicato e empresas, disse sua porta-voz, ao ser questionada sobre se o presidente tomaria partido de alguma das partes.

Estado-chave

Biden fez do apoio aos sindicatos uma característica fundamental de seu mandato. O apoio do sindicato UAW à sua candidatura em 2020 foi essencial para que o estado de Michigan votasse a seu favor, após votar em Trump em 2016.

O governo democrata é uma das forças motrizes por trás da mudança histórica da indústria automotiva em direção aos veículos elétricos.

“Quando ele caminhar lentamente para fingir que está num ‘piquete’, lembrem-se que ele quer enviar os empregos de vocês para a China”, lançou Trump em sua rede Truth Social.

Trump precisa dos votos de operários de estados-chave como Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, conquistados em 2016. Amanhã, o republicano discursará na frente de uma fábrica de autopeças em Clinton Township, Michigan, segundo sua equipe de campanha, a cerca de 60 quilômetros do local onde Biden estará nesta terça-feira.

g1

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