Com dívidas e empréstimos, Hospital Padre Zé fará campanha pedindo que empresários ajudem a salvar unidade de saúde

As dívidas de R$ 3 milhões, empréstimos que totalizam R$ 13 milhões e atraso no pagamento de salário dos médicos vão motivar a nova direção do Hospital Padre Zé, em João Pessoa, a realizar uma campanha com empresários para que eles ajudem a salvar a unidade. A informação foi dada nesta terça-feira (10) pelo diretor-presidente do hospital, padre George Batista, durante entrevista coletiva.

Como visto pelo ClickPB, durante a entrevista o padre detalhou a situação financeira do hospital, mas falou que uma auditoria vem aprofundando a situação, que pode ser pior do que a atual.

“O hospital tem uma dívida que estamos apurando, mas fora o empréstimo [R$ 13 milhões] existe o reconhecimento de dívidas de R$ 3 milhões. O Hospital pode se manter com os devidos ajustes, com a verba do SUS e com o apoio da sociedade. Vamos, no momento devido, fazer uma campanha de sensibilização com os empresários para salvar o hospital”, afirmou o padre George Batista, como acompanhado pelo ClickPB.

Empréstimos

Dois empréstimos, totalizando R$ 13 milhões, foram feitos pelo padre Egídio de Carvalho em nome do Hospital Padre Zé, em João Pessoa. O valor foi revelado pelo arcebispo da Paraíba, Dom Manoel Delson, e pelo novo diretor da unidade, Padre George Batista, nesta terça-feira.

Conforme as informações repassadas pelos religiosos, os empréstimos foram feitos em duas instituições bancárias, sendo um no Santander, no valor de R$ 600 mil, e outro na Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 12,4 milhões.

Relembre o caso

O escândalo no Hospital Padre Zé veio à tona no mês passado, após uma denúncia de furto de celulares no local. Os equipamentos haviam sido doados pela Receita Federal para o hospital e deveriam ter sido vendidos em um bazar beneficente para angariar recursos para o hospital.

Porém, os celulares foram furtados e vendidos e as investigações apontam para o envolvimento do Padre Egídio de Carvalho, que era diretor-presidente da unidade, e do ex-funcionário Samuel Segundo.

Em meio ao escândalo do furto dos celulares, o padre Egídio de Carvalho Neto, renunciou ao cargo de presidente do Hospital Padre Zé.  O pedido foi aceito pelo arcebispo Dom Manoel Delson. Padre Egídio estava há mais de cinco anos à frente do hospital, fundado há quase 90 anos. Além de estar na gerência da unidade, ele também atuava como pároco da Igreja Santo Antônio, cargo do qual também renunciou.

Furto de meio milhão

No último dia 2, a Justiça autorizou o bloqueio de contas e a quebra de sigilo bancário de Samuel Segundo. O pedido de quebra de sigilo e bloqueio foi feito pela delegada Karina Torres, da Polícia Civil, conforme apurou o ClickPB, e contou com ‘prints’ de conversas de Samuel negociando a venda de iPhones e outros itens.

A delegada aponta que “restou evidenciado, com fulcro na investigação, que Samuel Segundo incorreu no delito de furto qualificado, causando o prejuízo de R$ 525.877,77 (quinhentos e vinte e cinco mil, oitocentos e setenta e sete reais e setenta e sete centavos), referente aos produtos furtados no interior do Hospital Padre Zé.”

Operação do Gaeco

No último dia 5, o padre Egídio de Carvalho foi um dos alvos dos mandados de busca e apreensão da operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público do Estado da Paraíba (Gaeco). Conforme apurou o ClickPB com exclusividade, além do pároco outras pessoas da administração do hospital também foram alvos.

Entre estas pessoas está a diretora administrativa do hospital, Jannyne Dantas e a tesoureira da unidade hospitalar filantrópica, a Amanda Duarte. Segundo apurou o ClickPB, na ocasião, a operação tem como objetivo apurar os fatos que indicam possíveis condutas criminosas ocorridas no âmbito do Instituto São José, do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana (ASA).

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