Empresários e políticos que não estão nos grupos prioritários teriam recebido uma dose da vacina contra a covid-19, nesta terça-feira (23), em Belo Horizonte.
As informações são da Revista Piauí e dão conta que o grupo ligado ao setor de transporte teria comprado os imunizantes da Pfizer, por conta própria. Em contato com o R7, o laboratório negou a negociação.
De acordo a revista, cerca de 50 pessoas receberam a primeira dose do imunizante. As duas aplicações teriam custado R$ 600 por pessoa. Entre os vacinados, estaria o ex-senador Clésio Andrade, que também já foi presidente da CNT (Confederação Nacional do Transporte).
A publicação indica que ao ser perguntado sobre a imunização, Andrade teria dito “fui convidado, foi gratuito para mim”. Em contato com o R7, o ex-senador disse “desconhecer” as afirmações e disse estar em quarentena no Sul de Minas.
“Eu ainda não tomei a vacina e defendo as regras de vacinação do Ministério da Saúde. Aliás, repito que eu preferia que os idosos, como eu, dessem a vez aos mais jovens, que são obrigados a sair de casa para trabalhar”, informou Andrade à reportagem.
A legislação autoriza a compra de vacinas pela iniciativa privada, mas determina que as doses devem ser doadas ao Sus (Sistema Único de Saúde) até que os grupos de risco sejam abrangidos. Segundo a Piauí, os empresários não teriam seguido o protocolo.
A revista ainda indica que os organizadores da vacinação às escondidas seriam os irmãos Rômulo e Robson Lessa e que a aplicação teria ocorrido em uma garagem da empresa Saritur, em Belo Horizonte.
A companhia de transporte negou ao R7 que a dupla seja sócia da firma e declarou que o assunto é de “total desconhecimento da diretoria da empresa”. A reportagem tenta contato com os irmãos Lessa.
A Piauí afirma que fontes relataram que o deputado estadual de Minas Gerais Alencar da Silveira (PDT) também teria recebido o medicamento. No entanto, político negou as informações à revista. Ele não atendeu o R7 e não respondeu às mensagens enviadas pela reportagem.
A publicação ainda cita que pessoas ligadas à siderúrgica Belgo Mineira também teriam sido vacinadas mais cedo, pela mesma enfermeria. A reportagem procurou a empresa, mas ainda não teve retorno.
Veja a íntegra da nota da Pfizer:
“A Pfizer nega qualquer venda ou distribuição de sua vacina contra a
covid-19 no Brasil fora do âmbito do Programa Nacional de Imunização. O imunizante Comirnaty ainda não está disponível em território brasileiro. A Pfizer e a BioNTech fecharam um acordo com o Ministério da Saúde contemplando o fornecimento de 100 milhões de doses da vacina contra a covid-19 ao longo de 2021.”
R7