Nos próximos dias 21 e 28 de novembro serão aplicadas as provas do Exame Nacional do Ensino Médio 2021 (Enem) nas versões digital e impressa. A redação é uma das maiores aflições dos candidatos devido ao receio de tirar uma nota baixa. Em conversa com o ClickPB, o professor de Língua Portuguesa e Redação, Erik Anderson, citou algumas apostas temáticas para o exame deste ano. Além disso, pontuou dicas a serem seguintes para se sair bem na prova.
De acordo com o professor Erik Anderson, os temas abaixo que são cogitados para a prova de redação deste ano do Enem leva em consideração atualidade, relevância social e a possibilidade de margem para a criação da proposta de intervenção social. “Além disso, o levantamento de todos os temas desde o Enem de 1998 até o de 2020, versão impressa, versão digital, mais as provas aplicadas para as pessoas privadas de liberdade conhecido pela sigla PPL, nenhum desses temas foi abordado. Tem que ser um tema inédito”, revelou.
Principais apostas temáticas para a redação do Enem 2021
1. O esporte como ferramenta de transformação social;
2. A problemática da mobilidade urbana no Brasil;
3. Jogos virtuais: os limites entre o lazer e a prática compulsiva;
4. Desafios para a recuperação de dependentes químicos no Brasil;
5. Doação de órgãos no Brasil: um caminho para salvar vidas;
6. Energias alternativas renováveis como ferramenta de sustentabilidade;
7. Caminhos para o combate aos maus-tratos a animais no Brasil.
Ainda de acordo com Erik Anderson, a prova de redação, que acontece no primeiro dia junto com a prova de 90 questões da área de linguagens e códigos, é corrigida com base em cinco competências, sendo que cada uma vale 200 pontos. “Quem conseguir tirar 200 em cada competência vai tirar a nota máxima, que é a nota 1000”, frisou, em conversa com o ClickPB.
Competência 1
A competência 1 trata da norma culta escrita. Nesse caso, explicou que o estudante precisa ficar atento aos sinais de pontuação como a vírgula e o ponto final. “Empregar o ponto quando a ideia fechar, quando a frase atingir o seu sentido completo. Empregar a vírgula quando os termos estiverem deslocados, por exemplo, um adjunto adverbial”, comentou
Ele citou a frase: ‘No século XXI, ocorreu…’. No século XXI é um adjunto adverbial, que está no começo da frase, e em seguida o candidato deve colocar a vírgula. “Quando o aluno não começa a frase com sujeito, mas com adjunto colocar vírgula, um aposto, é importante colocar vírgula”, frisou, destacando a importância do aluno evitar escrever como fala, ou seja, termo como “tá”. Além disso, orienta sobre o emprego dos acentos. O aluno só pode cometer até dois desvios gramaticais e a partir do terceiro perde pontos.
Competência 2:
A competência 2 envolve três aspectos, segundo comentou o Erik Anderson. “O primeiro é a estrutura do texto. O texto é dissertativo-argumentativo. Primeiro parágrafo o aluno tem que introduzir. Contextualizar dentro do tema. É muito importante ele não desviar nem tangenciar”, frisou.
O professor lembrou do tema do ano passado que abordou sobre ‘o estigma associado às doenças mentais no Brasil’. “Ele não podia falar só de doença mental. Ele tinha que abordar a questão do estigma. E ele não podia falar também só de doença mental, tinha que falar da sociedade brasileira. Tem que direcionar. Tema e estrutura dissertativa-argumentativa (introdução, desenvolvimento, conclusão). Na conclusão ele tem que colocar uma proposta de intervenção”, afirmou.
Ainda de acordo com Erik Anderson, a estrutura do texto e a temática são os dois primeiros aspectos. No entanto, ressalta sobre o uso do repertório sociocultural – aquilo que o estudante tem de repertório de leituras. “Leituras no sentido amplo. Ele pode citar filmes, séries, obras literárias, letra de música, uma tela, uma pintura desde que tudo isso tenha relação com a discussão que ele vai estabelecer porque o repertório sociocultural precisa ser legitimado, pertinente e o uso produtivo, ou seja, tem que ter conexão coma discussão”, orientou.
Competência 3:
A competência 3 está relacionado com o projeto de texto e autoria. “Não é bom o estudante ficar repetindo os textos motivadores. É importante que o texto dele esteja organizado, que a introdução tenha conexão com os parágrafos de desenvolvimento, e conclusão do texto apresente a proposta de intervenção conectada com a discussão que ele estabeleceu, ou seja, a competência 3 está relacionada com a organização do texto e harmonia do texto”, ressaltou.
Competência 4:
A competência 4 trabalha sobre a coesão textual. “É muito importante que ele [o estudante] saiba empregar os conectivos. Não só dentro dos parágrafos como entre os parágrafos. Por exemplo, terminou a introdução, parágrafo seguinte coloca – ‘com efeito’ vírgula e já puxa o conectivo. Já no outro parágrafo coloca ‘outrossim’, ‘ademais’, ‘desse modo’, ‘considerando a discussão’. E aí sempre fazendo a conexão entre os parágrafos que é o que a gente chama de coesão vertical. Vai começar a conclusão, coloca ‘portanto’, ‘por isso’, ‘por conseguinte’”, recomendou.
Competência 5
Já a competência 5 trata sobre a proposta de intervenção social. “Primeira coisa, respeitar os direitos humanos. Nada de pena de morte. Nada que seja ameaça aos direitos individuais, nada que tenha relação com preconceito, com discriminação”, analisou. Para o professor, a dica de uma proposta de intervenção, para ser bem construída, é necessário que o estudante tenha discutido a problemática e apresenta essa intervenção de como combater aquela problemática ou como melhorar ou minimizar esses efeitos.
“Para isso, ele vai precisar colocar um agente – quem vai fazer isso é um governo, a sociedade, a mídia, a igreja, a família. Ele tem que colocar o agente, ação – é o que vai ser feito, como vai ser feito – que é o meio – , para que vai ser feio – que é o efeito – e por fim, o detalhamento. São cinco elementos: o agente, a ação, o meio, o efeito e o detalhe. Se ele conseguir colocar esses elementos no último parágrafo bem conectados ele tira 200 na competência 5”, frisou.
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