SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) — Tentando reverter mais uma das decisões do ex-presidente Donald Trump, o governo de Joe Biden anunciou nesta quarta-feira (24) a candidatura dos Estados Unidos a uma cadeira no Conselho de Direitos Humanos da ONU.
“Tenho o prazer de anunciar que os EUA buscarão a eleição para o Conselho de Direitos Humanos para o mandado de 2022 a 2024”, disse o secretário de Estado americano, Antony Blinken, durante uma videoconferência com membros da entidade.
“Pedimos humildemente o apoio de todos os Estados membros da ONU em nossa tentativa de retornar a um assento nesse órgão”, acrescentou.
Em 2018, Trump anunciou a saída da instituição com sede em Genebra, na Suíça, acusando o Conselho de hipocrisia e perseguição a Israel.
Em sua fala, Blinken repetiu, em partes, a crítica, alegando que o Conselho precisa “examinar a maneira como conduz seus negócios, incluindo o foco desproporcional em Israel”.
Desde que foi estabelecido, o órgão trata as disputas entre israelenses e palestinos como um item independente em cada sessão. É o único tópico que recebe esse tratamento, ao qual os americanos, tanto os democratas quanto os republicanos, têm manifestado oposição.
Blinken disse ainda que países “com os piores históricos de direitos humanos não deveriam ser membros deste Conselho” e fez críticas nações como China, Rússia, Venezuela, Nicarágua, Cuba e Irã, mas também reconheceu que os EUA tem problemas para resolver internamente, em especial o racismo sistêmico e a desigualdade econômica.
As eleições para o Conselho de Direitos Humanos estão previstas para outubro, durante a Assembleia Geral da ONU.