Natal chegando, festas de confraternização, amigo secreto, planos para o réveillon e o clima de encerramento de ciclo chegando, para a maioria das pessoas é um momento de animação e alegria. Muitas pessoas não entram no famoso “espírito natalino”, não sentem a mesma a alegria que percebem nas outras pessoas. Existe uma condição bem específica que pode nos levar a depressão de fim de ano, ou Holiday blues, que em tradução livre significa tristeza de feriado.
Frustração, tristeza, ansiedade e medo são alguns dos sentimentos relatados na depressão de fim de ano. Entenda por que é comum se sentir deprimido no período das festas e saiba como lidar com essas emoções.
Mas porque algumas pessoas se sentem mais depressivas e tristes nesse período do ano?
Conversamos com a psicóloga clínica Melissa Belarmina que nos explicou porque é tão comum nos sentirmos assim com a proximidade das festas de fim de ano.
O final do ano é também uma época para refletir, fazer um balanço sobre o que passou, avaliar quais metas foram ou não alcançadas e se preparar para um novo ciclo. Todo esse ritual pode provocar uma alta carga de estresse emocional, que pode desencadear crises ansiosas ou depressivas. O mesmo pode acontecer na época do natal, parece que existe um “complexo de período perfeito” onde se é obrigado a ser feliz. Mas qualquer obrigação pode oprimir.
Para quem já convive com algum transtorno mental, o período pode ser ainda mais delicado e, por isso, é importante se planejar e aprender a manejar a pressão dessa época do ano.
Nos países do hemisfério norte essa tristeza se agrava com o inverno, O próprio clima frio, de céu cinza (o que diminui nossa exposição à luz do sol) afeta diretamente o humor. É importante, também, avaliar se a tristeza é pontual ou se é um agravamento de uma tristeza mais latente, que já estava por ali, mas se exacerbou por conta da pressão das festas. Se for o segundo caso, conversar com um profissional de saúde mental pode ajudar a trabalhar essas emoções.
Diversas pesquisas mostraram que as principais causas de tristeza nesta época do ano se deve ao excesso de expectativas e a um aumento da reflexividade das pessoas. Só que não precisa ser assim. A começar por nos atentarmos para o nosso hábito (mais do que equivocado) de comparação.
De acordo com a psicóloga Melissa Belarmina, são diversas as razões para estar triste no Natal e experimentar tais sentimentos, ela explicou o que pode levar a essa tristeza e deu dicas importantes de como diminuir os impactos e ansiedade gerados com as festividades de fim de ano:
– Sensação de fechamento de ciclos, e ansiedade com expectativas de mudança no ano que vai começar;
– Expectativas inalcançáveis e fantasias relacionadas ao Natal;
– Mercantilização da data, que se tornou muito comercial e o estresse financeiro e a pressão por “dar e receber presentes”, em período de crise econômica e desemprego;
– A impossibilidade de estar com os familiares ou amigos, por luto, separações e conflitos ou até mesmo doenças na família.
– Ansiedade em relação à desavenças nas reuniões familiares por questões políticas geradas das eleições;
-Medos e lutos relacionados à pandemia e perdas de entes queridos que são amplificados nas festas de fim de ano;
Polarização Política
Com o acirramento da polarização política no Brasil, muitas famílias foram divididas por questões partidárias e ideológicas, o que causaria ainda mais estresse e ansiedade com as reuniões e eventos de fim de ano em família.
Mas como se preparar emocionalmente para esses eventos?
1 – Crie expectativas realistas: entender que dificilmente haverá grandes mudanças/realizações nesse período.
2 – Se for o caso, evite reuniões com parentes tóxicos, evitar confrontos quase sempre é o mais indicado
3 – Viva o presente
4 – Não faça gastos maiores que seu orçamento
5 – Limite o consumo de bebidas alcoólicas: O consumo em excesso de álcool está diretamente relacionado ao surgimento de sintomas depressivos e ansiosos. Que tal tomar mais água com o vinho
6 – Separe um tempo para relaxar: tire um tempo para você. Descanse.
7 – Faça algo para o próximo: trabalho voluntário; visitas a creches, hospitais e/ou asilos; juntar-se a uma igreja ou comunidade de ajuda a moradores de rua.
8 – Procure ajuda profissional: terapia vai trazer uma escuta acolhedora pra ajudar você a lidar com questões de maneira mais tranquila e sem julgamentos.
