PERIGO! ‘Vape’ de vitaminas viraliza e médico alerta: “Pode gerar lesão pulmonar aguda”

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disse, em nota, que a declaração, a importação e a propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar estão proibidas, independentemente de sua composição e finalidade. O veto inclui um novo modelo de cigarro eletrônico que promete alta performance e benefícios para a saúde com a suposta inalação de vitaminas, hormônios e produtos naturais.

O “vape de saúde” ou “vape de vitaminas” foi apresentado em um vídeo que fazia propaganda do produto nas redes sociais. Após viralizar, o perfil que fez a postagem apagou a conta no Instagram.

Segundo a nota da Anvisa, a regra é a mesma para suplementos alimentares. A apresentação de vitaminas e outros alimentos oferecidos na forma de dispositivos eletrônicos para fumar (DEF) são proibidas, considerando que o próprio dispositivo não é permitido e que os suplementos alimentares são produtos de ingestão oral. “Uma recente veiculação em mídias sociais apresentou um produto que supostamente teria esta função, mas sem qualquer tipo de comprovação ou regularização no país”, alertou uma agência.

O pneumologista Guilherme Bridi, que atua no Instituto do Coração e do AC Camargo Cancer Center, que também é colunista do PEBMED, afirmou – em entrevista ao portal – que não há comprovação científica de que esses dispositivos podem fazer bem para a saúde e, pelo caso contrário, há muitos riscos envolvidos.

“Nenhum cigarro eletrônico deve ser considerado como de alta performance. Cigarros naturais e vitaminas adicionados ao eletrônico não foram feitos para serem inalados e podem levar a doenças pulmonares agudas e crônicas, como a herança respiratória aguda e câncer de pulmão. Esses chamados vapes de vitaminas possuem propilenoglicol em sua composição, uma substância inspiradora para as vias respiratórias, capaz de gerar enfermidades. risco de lesões induzidas pelo vape. Além disso, a presença de substâncias tóxicas – como o níquel – também é extremamente elevada nesse tipo de dispositivo. Eles são compostos por propilenoglicol, aromatizantes, vitaminas, cafeína, colágeno e uma substância de muitas vezes desconhecidas no próprio rótulo do dispositivo. O principal perigo é o propilenoglicol pelo maior potencial de gerar lesão pulmonar aguda”, explicou Guilherme Bridi.

Como funcionam  
Vapes de vitaminas ou “difusores de suplementos nutricionais” abrangem uma grande diversidade de produtos que encontram uma origem comum nos cigarros eletrônicos. Os cigarros eletrônicos fornecem nicotina aos pulmões sem a necessidade de combustão ou tabaco. Isso remove alguns componentes negativos, como o alcatrão do tabaco. Em vez de queimar, os cigarros eletrônicos usam a energia de uma bateria para aquecer o líquido eletrônico, que forma um vapor que pode ser inalado.

Inalar em vez de engolir esses compostos resulta em absorção mais rápida na corrente sanguínea, portanto, teoricamente, as vitaminas e suplementos poderiam agir mais rapidamente quando inalados.

Esses aditivos precisam de testes de segurança de inalação, especialmente de possíveis danos a longo prazo. Como os vapes de bem-estar não contêm nicotina, eles fogem dos reguladores.

Vendidos como suplementos 
Mesmo com a segurança, os cigarros eletrônicos são oferecidos livremente em tabacarias e na internet. Vapes de vitaminas de marcas variadas – que parecem com uma caneta – estão sendo vendidos em sites brasileiros com o status de suplemento, produzido com “concentrados vitamínicos”, cujos valores variam de 50 a 80 reais.

Segundo o portal G1, é possível encontrar os “vapes de saúde” em seis sabores, com combinação diferente de vitaminas, aminoácidos, hormônios e plantas medicinais que causam diversos efeitos no corpo. Um deles, por exemplo, seria “para descansar”: na composição, melatonina (o hormônio do sono) e camomila. Outro, “para dar energia”: com vitamina B12 e cafeína.

“A utilização desses dispositivos favorece cada vez mais o uso recorrente deste e outros cigarros eletrônicos, inclusive com doses ainda mais elevadas de nicotina, o que pode levar a dependência grave e experimentação de outros tipos de drogas”, enfatizou o pneumologista do Instituto do Coração e do AC Camargo Cancer Center.

Orientações aos médicos  
Vaporizar, fumar ou inalar susceptibilidades duvidosas podem causar lesões pulmonares e evoluir até para doenças mais graves. Cigarro eletrônico, com ou sem nicotina, também é cigarro: ao usá-lo, o seu paciente estará fumando e tolerando problemas de saúde. Se esses vapes de vitaminas possuem a mesma base dos cigarros eletrônicos, que têm transferência de metais e outras substâncias, então, não é um produto seguro.

Embora os vaporizadores de bem-estar não existam há tempo suficiente para que os investigadores saibam com certeza as consequências a longo prazo de seu uso, sabemos que a exposição a curto prazo a seus componentes pode prejudicar os pulmões.

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