Polícia Federal prende homem apontado como motorista de Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle Franco

A Polícia Federal (PF) prendeu em flagrante nesta quinta-feira (7), na Operação Arsenal Clandestino, Luiz Paulo de Lemos Júnior, o Chupeta, apontado como motorista do ex-PM Ronnie Lessa, réu pela morte da vereadora Marielle Franco.

Segundo as investigações, Chupeta dirigiu o veículo usado no atentado ao miliciano André Henrique da Silva Souza, o Zóio, e à mulher dele, Juliana Sales Oliveira, em 14 de junho de 2014, em uma disputa pelo controle da Gardênia Azul.

O casal estava num Honda Civic em movimento quando foi alvo de pelo menos 40 disparos de fuzil, vindos de um Fiat Doblò — uma dinâmica bem semelhante à da morte de Marielle. Ainda de acordo com os investigadores, o executor de Zóio foi Ronnie Lessa.

Na residência de Chupeta, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, agentes apreenderam 13 armas — motivo da prisão em flagrante —, munição e carros de luxo. A PF tinha a informação de que Chupeta estava em posse de 50 armas, “o que indica a possível prática do crime de comércio ilegal de armas de fogo, munição e acessórios”.
A PF afirma que Chupeta teve o registro de caçador, atirador e colecionador (CAC) cassado, mas manteve o arsenal.

A investigação foi feita em parceria com o Serviço de Fiscalização de Produto Controlado (SFPC), do Exército do RJ, e a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/RJ) — uma força-tarefa composta pelas polícias Federal, Civil e Militar.

Ex-vereador como mandante

Em julho de 2021, o ex-vereador Cristiano Girão foi preso em São Paulo, apontado como mandante da morte de Zóio. Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Girão encomendou o serviço a Ronnie Lessa.

Informações da investigação indicam que, na época do crime, a Gardênia Azul — local onde Girão atuaria como miliciano desde a década de 1990 — era alvo de uma disputa territorial. Zóio seria um miliciano de Campo Grande, também na Zona Oeste, que tentava controlar a Gardênia.

De acordo com a polícia, um dia antes de ser morto, Zóio foi a uma das imobiliárias que administrava os imóveis de Girão e disse que não repassaria mais os aluguéis recebidos na Gardênia para familiares do ex-vereador. Essa teria sido a razão para André ser executado.

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