Desde a descoberta do novo coronavírus pesquisadores e indústrias farmacêuticas tentam descobrir substâncias capazes de prevenir a infecção pelo SARS-CoV-2 e a vitamina D aparece como uma possível aliada na prevenção da doença.
O Hospital Israelita Albert Einstein desenvolveu um estudo com 200 pacientes infectados e internados, de julho de 2020 até janeiro de 2021, com o objetivo de avaliar a interferência ou não da vitamina D sobre a evolução dos pacientes e constatou que as taxas da vitamina do sol, como é conhecida, estavam relacionadas ao tempo de internação do paciente.
O geriatra Alberto Frisoli Jr., coordenador do estudo, conta que os infectados apresentaram evoluções distintas da covid-19. “Observamos que quem estava internado e tinha a vitamina D baixa evoluiu pior e teve média de internação maior, do que os que tinham números normais ou alto”, explica o médico e acrescenta qual pode ser o tempo internação dos casos.
“A chance de o paciente ter um período de internação acima dos 17 dias é duas vezes maior nos doentes com baixa taxa da vitamina.”
Além disso, a pesquisa mostrou que o déficit da substância no organismo doente pode causar outros danos. “Observamos também que o paciente com baixa vitamina D tem maior risco de ter problemas renais e ir para hemodiálise e de reinternação após alta e de outras complicações ou sequelas”, afirma o geriatra.
Outros dois estudos internacionais apontam para o resultado brasileiro. Um artigo baseado em um estudo de pesquisadores do Reino Unidos e publicado na revista científica The Lancet afirmou que o papel da vitamina D na resposta à infecção pode ser duplo: apoiar a primeira defesa do organismo ao vírus e, num segundo momento, promover a redução da resposta inflamatória à infecção.
Pesquisadores da Universidade de Chicago analisaram 489 pacientes que fizeram exame PCR e concluíram que aqueles com deficiência de vitamina D poderiam ter uma chance 77% maior de infecção pela covid-19 do que os pacientes com quantidade suficiente da mesma vitamina. Essa pesquisa foi apresentada na revista médica JAMA (Journal of the American Medical Association).
Por todas as pesquisas feitas, Frisoli pode afirmar a influência das taxas de vitamina D na infecção causada pelo SARS-CoV-2: “Níveis mais baixos de vitamina D mostraram uma associação maior com riscos de contaminação pela covid-19”, conclui o médico.
Como manter índice correto
A boa notícia é que não é difícil para as pessoas melhorarem as taxas de vitamina D no organismo e o sol é melhor remédio para resolver o problema. O médico lembra que os alimentos consumidos normalmente têm o precursor da vitamina, que é ativada com raios ultravioletas.
“Alguns alimentos são ricos no precursor da vitamina D, por exemplo sardinha, fígado, atum. Outros alimentos também apresentam o precursor, com uma hora exposto ao sol, no máximo duas horas já é mais que suficiente”, afirma Frisoli.
Mas, vale lembrar, que o tempo no sol não pode ser nos horários mais fortes de radiação, entre 10h e 15h, para evitar queimaduras e risco de câncer de pele.
R7