Varíola dos macacos: combate à doença não pode cometer o mesmo erro que na Aids, diz OMS

O epidemiologista Fábio Mesquita, brasileiro integrante do corpo técnico da Organização Mundial da Saúde (OMS), afirma que é preciso cuidado na forma de comunicar o grupo de risco do surto atual de varíola dos macacos para que não haja o mesmo erro cometido no início da epidemia de Aids. A informação é do jornal “O Estado de S. Paulo”.

O alerta de Mesquita não é infundado. Na década de 1980, quando os primeiros casos de Aids apareceram, a maioria dos afetados eram homens gays e a doença chegou a ser chamada de “peste gay”. Posteriormente, descobriu-se que o vírus HIV é sexualmente transmissível e pode afetar qualquer pessoa, independente do sexo. O surto atual de varíola dos macacos também começou em homens que fazem sexo com homens (HSM), mas não está restrito a eles.

“Nesse momento, a varíola dos macacos está se espalhando nesse segmento da população [homens que fazem sexo com homens]. Mas temos o cuidado de não tachar isso como uma nova “peste gay”, como chamaram no início da epidemia de HIV. Apesar da maior incidência, algumas mulheres já estão infectadas também. O HIV começou exatamente assim. Nossa hipótese, por enquanto, é que qualquer pessoa pode pegar a doença”, disse Mesquita ao jornal “O Estado de S. Paulo”.

oglobo

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